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Sonhar na Psicanálise: A Interpretação dos Sonhos e o Inconsciente. O que os sonhos têm a nos dizer?

  • Foto do escritor: Jéssica Domingues
    Jéssica Domingues
  • há 7 dias
  • 2 min de leitura

Atualizado: há 6 dias


O fascínio pelos sonhos


Taí um tema que intriga quase todo mundo. Se olharmos as estatísticas dos buscadores, vemos o quanto as pessoas procuram por significados de sonhos. Um dos mais conhecidos é o tão temido sonho com dente caindo — popularmente associado à morte de alguém próximo. Eu mesma, quando era criança e adolescente, adorava esse universo. Em casa, tínhamos um livro de significados dos sonhos.


A imagem abaixo é da capa desse livro, que guardo até hoje.


Foto do livro "Dicionário de sonhos - Zolar" da editora nova era. O livro é antigo e usado, com orelhas e a capa machucada, mostrando que foi bastante usado
A capa do livro que despertou minha curiosidade pelos sonhos ainda na infância.

A capa já transmite essa ideia de que o sonho é algo misterioso, enigmático. O sonho nos convida a uma investigação que nasce do estranhamento e do fascínio que provoca em cada um de nós.


Freud, o Inconsciente e a Interpretação dos Sonhos


Foi com A Interpretação dos Sonhos (1900) que Freud delineou seu método e deu início à psicanálise. No começo da obra, ele faz um levantamento quase acadêmico das pessoas que já haviam se debruçado sobre o tema. Depois, passa a trabalhar com exemplos — alguns dele mesmo — e propõe que os sonhos são mensagens cifradas do inconsciente. “Os sonhos são a via régia para o inconsciente”, escreveu. Um caminho privilegiado para acessar o que aparece, mas sem se mostrar abertamente.


Sonhar na análise: por que os sonhos importam?


A ideia do divã está relacionada a isso: trata-se de criar um estado de menor censura, permitindo que aquilo que é mais difícil de ser dito — por questões ligadas ao julgamento, próprio ou alheio — possa emergir. Uma sessão de análise pode ser, muitas vezes, uma tentativa de sonhar junto com o analista e decodificar essas mensagens.


Contudo, nem sempre é possível sonhar. Transtornos do sono e do próprio sonhar se tornam cada vez mais comuns: insônia, sonhos traumáticos, ataques de pânico durante o sono... Certamente você conhece alguém que já passou por isso.


Em contextos de trauma, essas manifestações se intensificam — como vimos durante a pandemia. Nesses momentos, o trabalho da análise não é forçar um sonhar, mas criar condições para que ele possa acontecer. E aqui falo tanto do sonhar literal quanto da metáfora da sessão: nem toda sessão é profunda ou cheia de significados. Muitas vezes, é preciso sustentar o espaço para que, em algum momento, esses mergulhos sejam possíveis.


Nem todo sonho é realização de desejo


Assim como a vida não é um sonho, o processo de análise também não é. Até porque nem todos os sonhos são, como Freud supôs inicialmente, realizações de desejo. Também lidamos com o traumático, com o que dói, com nossos buracos psíquicos. Às vezes, a sessão é sonho; às vezes, é pesadelo; às vezes, é espaço insone. Cabe à dupla analítica zelar pelo que pode se transformar nesse percurso — inclusive aquilo que parece não ter forma ainda.


 

Se esse texto te deixou pensando, e quiser conversar sobre um possível início, você pode agendar uma sessão ou me escrever.

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